VESTÍGIOS DA MATEMÁTICA A ENSINAR E DA MATEMÁTICA PARA ENSINAR NO ENSINO PROFISSIONAL AGRÍCOLA BRASILEIRO: Uma leitura do Decreto n. 8.319 de 1910

Autores

Palavras-chave:

História da Educação Matemática, Ensino agrícola, Ensino de matemática, Saberes do ensino, GHEMAT-Brasil

Resumo

O Decreto n. 8.319, de 20 de outubro de 1910, cria o Ensino Agronômico e regulamenta, dentre outros, o ensino agrícola no Brasil. Esse dispositivo permanece vigente até 1946 quando é estabelecido uma nova organização, a Lei Orgânica do Ensino Agrícola. Com o anseio em contribuir com a historiografia desse ensino, propõem-se uma análise tomando como fonte o referido Decreto, à luz do ferramental teórico metodológico da História Cultural, mobilizando os conceitos de apropriação e representação, de Chartier (2002), e de cultura escolar, segundo Julia (2001). Intenta-se identificar e analisar vestígios sobre o ensino de matemática, utilizando-se como categoria de análise, os saberes profissionais, de ensino e formação (HOFSTETTER, SCHNEUWLY, 2017), que foram apropriados como saberes profissionais de professores que ensinam matemática, matemática a ensinar e matemática para ensinar (VALENTE, 2017). Constata-se a existência de uma matemática a ensinar, tida como basilar aos saberes específicos e práticos, próprios da agricultura. No entanto, os vestígios de uma matemática para ensinar, apontaram para inexistência de um movimento de objetivação, tidos então como indeterminados.

Biografia do Autor

Flavia Caraiba de Castro, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutoranda pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora do Instituto Federal Catarinense – Campus Videira (IFC), Santa Catarina, Brasil.

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Publicado

2023-03-31

Como Citar

CARAIBA DE CASTRO, Flavia. VESTÍGIOS DA MATEMÁTICA A ENSINAR E DA MATEMÁTICA PARA ENSINAR NO ENSINO PROFISSIONAL AGRÍCOLA BRASILEIRO: Uma leitura do Decreto n. 8.319 de 1910 . Anais - Seminário Nacional de História da Matemática, [s. l.], v. 15, 2023. Disponível em: https://snhm.com.br/anais/article/view/47. Acesso em: 8 jul. 2024.

Edição

Seção

Comunicação Científica