TEORIA BRITÂNICA DOS INVARIANTES: os protagonistas e os autores secundários
Palavras-chave:
Teoria dos Invariantes, Jornais de Cambridge, Comunidade de PráticasResumo
A profissão de matemático, no sentido de uma pessoa que ganha a vida com a pesquisa na área, não tinha espaço na Inglaterra da primeira metade do século XIX. Um dos motivos para a mudança deste cenário, foi o advento da Teoria dos Invariantes que se revelou uma ponte entre as práticas britânicas e do continente europeu. Este trabalho tem o objetivo de apresentar um grupo de matemáticos que contribuiu para o desenvolvimento da agenda dos invariantes, iniciada por Cayley na década de 1840, e surgiu nas páginas dos Jornais de Cambridge em suas três versões: Cambridge Mathematical Journal (CMJ); Cambridge and Dublin Mathematical Journal (CDMJ); e The Quarterly Journal of Pure and Applied Mathematics (QJPAM). Olhar para estes periódicos se justifica pelo fato de terem sido os primeiros jornais especializados em matemática no Reino Unido. A historiografia tradicional aponta os nomes de George Boole (1815 – 1864), Arthur Cayley (1821 – 1895) e James Joseph Sylvester (1814 – 1897) como personagens responsáveis pelo desenvolvimento da Teoria dos Invariantes. Entretanto, este não são os únicos nomes britânicos na história da Teoria. É importante apresentar os autores que colaboraram com práticas e reflexões nos jornais especializados entre 1837 e 1865. Este período marca o surgimento do CMJ e a fundação da London Mathematical Society (LMS), primeira sociedade de matemáticos na Inglaterra. Como forma de identificar este grupo, utilizamos os conceitos de rede de textos, como descrito por Brechenmacher (2006), e comunidade de práticas, como descrito por Wenger (1999). Com isso, encontramos seis autores, diferente dos três mais famosos, que fizeram parte da comunidade de práticas. Percebemos que a presença destes novos nomes colabora para o processo de ganho de credibilidade da matemática britânica, fator que influencia na ampliação dos espaços para pessoas que trabalhavam com matemática.
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